Artigo - Terapia Física Complexa: tratamento do linfedema


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Terapia Física Complexa: tratamento do linfedema

Terapia Física Complexa: o que é e quais os pré-requisitos e fases do tratamento

 

Terapia Física Complexa (TFC) – do inglês Complex Physical Therapy (CPT) ou Linfoterapia e suas variantes – é a forma de tratamento com os resultados mais consistentes para a maior parte dos pacientes com linfedema dos membros.

 

A TFC é uma tétrade composta por drenagem linfática manual, cuidados de pele, compressão (por enfaixamento ou malhas compressivas) e exercícios miolinfocinéticos. Estes quatro componentes devem ser realizados conjuntamente e eventualmente podem sofrer alguma modificação na sua aplicação dependendo do quadro clínico do paciente. Se realizados separadamente o resultado pode mostrar-se ineficaz.

Pré-requisitos para o tratamento com Terapia Física Complexa

Os resultados da TFC dependem do estágio em que se encontra a doença e de quando se inicia o tratamento.

 

Os pré-requisitos para o sucesso do tratamento são:

 

1 - Presença de um médico especialista que seja capaz de lidar com as doenças associadas;

 

2 - Um fisioterapeuta especializado nas técnicas específicas para o tratamento destes pacientes;

 

3 - Disponibilidade de material e equipamento adequado para a drenagem linfática, enfaixamento e compressão elástica; e

 

4 - Aderência completa e colaboração do paciente ao tratamento.

Conheça as fases da Terapia Física Complexa

O tratamento com a Terapia Física Complexa é dividido em duas fases:

 

- Na primeira, o objetivo é a redução do volume do membro, tendo a duração de 2 a 8 semanas; e

 

- A segunda é a fase de manutenção e controle do linfedema.

 

Tratamento com Terapia Física Complexa: principais etapas

 

A drenagem linfática manual é utilizada com o objetivo de melhorar o fluxo linfático, remover o excesso de líquido e ativar os vasos linfáticos. Os movimentos são realizados de forma rítmica e suave e, em seguida, as regiões fibrosadas são massageadas com maior pressão para tratar os tecidos mais afetados.

 

Os cuidados diários com a pele são essenciais. Além de não retirar a cutícula, não se expor ao sol, evitar banhos quentes e demorados, medidas higiênicas e dietéticas melhoram o aspecto da pele prevenindo infecções bacterianas (as erisipelas) e micoses.

 

Para isso, deve-se lavar bem os membros com água e sabão neutro, limpar bem as dobras e pregas cutâneas, hidratar bem a região e manter o peso ideal través de uma dieta balanceada.

 

Depois damos sequência ao enfaixamento compressivo. Inicialmente optamos por fazer o enfaixamento compressivo utilizando ataduras inelásticas. O enfaixamento é específico e não pode ser feito por qualquer pessoa. Isso tem um sentido e uma técnica a ser seguida e deve ser iniciado enfaixando-se cada dedo.

 

Geralmente o enfaixamento é trocado de 2 a 3 vezes por semana e mantido por semanas até que se note a diminuição do linfedema. Só então podemos passar para a compressão elástica em que são utilizadas luvas ou meias de média ou alta compressão para manter a redução da circunferência do membro após a retirada do enfaixamento.

 

As compressões elásticas podem ser feitas sob medida ou compradas prontas. Seu fisioterapeuta irá prescrever a mais adequada.

 

A última fase são os exercícios miolinfocinéticos:

 

  • Mio= músculos
  • Linfo= sistema linfático
  • Cinéticos= movimento

 

Então, exercícios miolinfocinéticos nada mais são que a ativação do sistema linfático através de exercícios por movimento.

 

Os exercícios são específicos e diferem de paciente para paciente, não são os mesmos exercícios feitos em academias! Esses exercícios são muito importantes pois a linfa depende exclusivamente dos movimentos dos músculos esqueléticos pra fazer circular o líquido parado e diminuir o inchaço.

 

Associado a todo esse processo podemos realizar a Compressão Pneumática Intermitente (CPI). A CPI é um aparelho de drenagem linfática mecânica que tem uma luva ou uma bota inflável e através do enchimento e esvaziamento cíclico das câmaras de ar, realiza continuamente a drenagem linfática no paciente.

 

Conclusão

 

A Terapia Física Complexa é um processo complexo que exige toda a colaboração do paciente em não retirar as bandagens antes do tempo prescrito, realizar os exercícios propostos, não faltar nas sessões, usar as luvas ou meias compressivas quando prescritas, manter o acompanhamento médico e seguir as orientações médicas e fisioterapêuticas. O comprometimento é a chave do sucesso.

 

Autor: Dra. Jaqueline Munaretto Timm Baiocchi

 


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