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De que maneira o câncer leva à incontinência urinária?
Incontinência urinária é definida como perda involuntária de urina. Mesmo somente escapar gotinhas já é considerado uma incontinência urinária e deve ser tratada.
Para compreender porque perdemos urina é necessário entender como funciona a micção.
Incontinência urinária: como funciona a micção?
A cada 15 segundos pequenas quantidades de urina são fabricadas pelo rim e depositada na bexiga através dos ureteres. Assim, a bexiga enche-se de urina e distende-se. A bexiga é mantida fechada pelo esfíncter da uretra e também pelos músculos do períneo.
Quando queremos urinar, a bexiga contrai-se de maneira automática e o esfíncter juntamente com os músculos do períneo se relaxa. Então ocorre o esvaziamento. Uma vez que a bexiga foi esvaziada, ela se relaxa e o esfíncter fecha-se automaticamente.
Pode-se decidir por não urinar nesse momento e contrair os músculos do períneo. Então a bexiga irá se relaxar por mais algum tempo, deixando entrar um pouco mais de urina; e a vontade de urinar passará momentaneamente.
Para uma quantidade normal de água ingerida (1,5 a 2 litros ao dia), esse processo se repete a cada 3 horas, ou seja, de 6 a 8 vezes por dia e no máximo 1 vez à noite.
Assim, a saúde dos músculos pélvicos é fundamental para manter a integridade e o bom funcionamento da uretra e a posição dos órgãos dentro da pélvis. Os músculos pélvicos controlam o fluxo de urina, a contração do períneo e o bom fechamento do ânus.
Tanto a uretra quanto o ânus têm um esfíncter (músculos especiais que funcionam como fechaduras) que garantem a retenção da urina e fezes. O assoalho pélvico é composto de várias camadas de músculos suspensos como uma “rede” pendurada em dois pontos, na frente e atrás da pelve.
Como um câncer pode afetar a micção?
Os tumores malignos podem afetar a micção de variadas maneiras. Como o bom funcionamento da bexiga, da uretra e do sistema nervoso central resultam no controle da micção, a presença de tumores na bexiga, na próstata, na uretra, no útero e tumores que afetam o cérebro, a médula espinhal ou os nervos periféricos poderão afetar o controle da micção.
Podemos citar também os diversos métodos de tratamentos oncológicos como cirurgias, radioterapia, quimioterapia e outros. Para que seja possível tratar um câncer, algumas cirurgias sobre a próstata e bexiga podem afetar a sua função devido a lesões nervosas e esfincterianas.
Do mesmo modo, procedimentos cirúrgicos no reto, útero ou ovários podem afetar a função dos nervos que vão para a bexiga e uretra e levar à incontinência urinária. A radioterapia também pode causar alterações no músculo da bexiga e do esfíncter ou alterar os nervos que vão para estes órgãos.
Pode existir ainda a presença de fístulas, que são comunicações entre a bexiga e a vagina que não deveriam existir. Essas fístulas podem ocorrer devido a processos traumáticos, irradiação ou cirurgias realizadas na região pélvica. Nesse caso o paciente fica com um gotejamento ininterrupto sobre o qual ele não tem controle.
Tipos de incontinência urinária
A incontinência urinária é classificada em diferentes tipos de acordo com o problema de base causando a condição. Incontinências transitórias podem ser causadas por infecção urinária, constipação intestinal importante, uso de certas medicações, mobilidade restrita, desordens psicológicas, inflamações da bexiga e desordens hormonais.
Os tipos de incontinência são:
A incontinência urinária pode ser tratada de vários modos. A fisioterapia pélvica especializada em oncologia dispõe de vários recursos para tratar a incontinência urinária.
Autor: Dra. Jaqueline Munaretto Timm Baiocchi